Integralismo
O VOTO INTEGRALISTA NO PARANÁ:
UMA ANÁLISE DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1955
Amanda Litzinger Gomes
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2. O VOTO INTEGRALISTA NO PARANÁ:
Uma análise das eleições presidenciais de 1955
I. INTRODUÇÃO
Ao estudarmos a história política paranaense dos anos 1950, deparamo-nos com um fato sui generis referente ao comportamento político-eleitoral nas eleições presidenciais de 1955. O líder integralista Plínio Salgado, que concorreu à Presidência da
República naquele ano, pelo Partido de Representação Popular – PRP, foi o candidato mais votado em Curitiba e obteve uma significativa votação no estado, diferentemente de sua atuação nos demais estados brasileiros.
Neste capítulo tentaremos responder às seguintes perguntas: 1) Por que Plínio
Salgado obteve tão significativa votação no Paraná? 2) Por que o estado do Paraná seguiu, então, um padrão diferente de votação dos demais estados brasileiros? Para compreendermos tal fenômeno eleitoral, analisamos no presente trabalho cinco hipóteses rivais. A primeira delas foi apresentada no estudo de Szvarça e Cidade (1989), em que se sugere uma explicação de tipo societalista para a expressiva votação de Plínio Salgado no Paraná e, principalmente, em Curitiba. Segundo os autores, as várias transformações por que passou o estado na década de 1950 (demográficas, sociais, políticoadministrativas etc.) induziram um sentimento de “crise de identidade” e insegurança social vividos no “quotidiano” dos paranaenses, encontrando assim abrigo na pregação autoritária do líder integralista, fato que gerou sua expressiva votação. Porém essa tese não consegue provar a “crise de identidade” do homem paranaense e nem explica por que cidades que não foram afetadas diretamente pelas transformações pelas quais passava o estado foram cidades em que Plínio Salgado também obteve significativa votação, tais como as do Norte Novo.
A segunda hipótese é a do “voto étnico”, ou seja, a explicação