Importação de tecnologia gerencial no Brasil
Neste trabalho o autor pretende discutir a importação de tecnologia gerencial e algumas consequências no contexto brasileiro. Ele enfatiza que a prática é diversa do discurso, de retórica gerencialista norte-americana, provocando uma realidade organizacional ilusória “de faz de conta”, como o autor a define.
O autor divide o texto em seções, a primeira trata-se da caracterização do povo brasileiro, identificando traços de sua identidade através do tipo de colonização e a influência da economia escravocrata, latifundiária e a monocultura na formação sócio-cultural brasileira.
Trata também de cinco traços essenciais da cultura brasileira: o personalismo, a ambiguidade, distância do poder, plasticidade e formalismo.
O personalismo caracteriza-se pelo atendimento às necessidades pessoais em detrimento às da comunidadeconsiderando a importância social do indivíduo.
A ambiguidade relaciona-se ao jeitinho brasileiro, onde há o pode, o não pode e também o jeitinho.
Distância do poder é uma característica deixada pelo sistema fortemente hierarquizante, no qual a lei não se aplicaria a todos da mesma forma, como deveria ser.
Plasticidade e permeabilidade possuem duas raízes principais: a tendência àdependência e o gosto pela miscigenação e o exótico. Isso produziu comportamentos de valorização ao que é estrangeiro e também a um movimento antropofágico.
O Formalismo mostra que se somos receptíveis a modelos estrangeiros, porém a eles nos submetemos apenas formalisticamente, ou seja, para inglês ver.
A abertura tardia do Brasil para o mercado internacional motivou a importação não só de mercadorias, mas também de modelos gerenciais, pela falta de identidade brasileira e também por ser mais fácil e mais rápido copiar metodologias já