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Antropofagia organizacional
Thomaz Wood Jr. E Miguel P. Caldas Os autores colocam como objetivo principal do trabalho discutir as peculiaridades institucionais e organizacionais do ambiente brasileiro de negócios, mostrar porque tais particularidades provocam resultados inesperados na importação de tecnologia gerencial estrangeira e propor e ilustrar um método de ação para a adaptação criativa e apropriada de tecnologia gerencial importada por empresas em países emergentes. Tem se mostrado crescente, nos últimos anos, o número de investimentos de corporações de países desenvolvidos na América Latina. Dois fatores são colocados como impulsionadores desse fenômeno: Primeiro, as condições empresariais desfavoráveis nos países desenvolvidos, nos quais a maturidade dos mercados, o acirramento da concorrência, o custo da mãe de obra, inibem os investimentos. Segundo, as condições empresariais aparentemente favoráveis nos países em desenvolvimento. No Brasil, por exemplo, o fluxo de investimentos produtivos tem aumentado desde a flexibilização das regras de investimento e de importação no início dos anos 90. Também é posto em questão, pelos autores, que existem casos de decepção do estrangeiro nos países emergentes. Eles citam empresas como Acer, Matsushita e McDolnald’s, como exemplos. E a Fiat como exemplo de sucesso. Algumas lições podem ser tiradas desses casos. OS casos de sucesso que as empresas são flexíveis e adaptam-se mais facilmente às condições de negócios dos locais em que atuam. Ou seja, o sucesso de empreendimentos em países emergentes depende da compreensão das condições institucionais, organizacionais e culturais do local. No caso do Brasil, é colocado em dúvida o motivo pelo qual os modelos administrativos criados em países desenvolvidos podem não ser adequados a nossa realidade, mas mesmo assim o país é atraído por eles. Esse questionamento pode ser resolvido se forem analisadas as organizações brasileiras à luz da formação histórica e cultural