Historiografia

MEMÓRIAS DE UMA AUSÊNCIA É fácil perceber a pouquíssima oferta de material relatando sobre a história da Igreja Brasileira, há relatos históricos do Brasil enquanto colônia explorada, como grande produtor de cana, fornecedor de ouro, história da escravidão no Brasil, mas tudo sendo visto com viés econômico, não uma profundidade em documentos falando sobre a igreja, dogmas, liturgia, desenvolvimento de crenças, sua eclesiologia, a origem de outras religiões, e a influencia desta na igreja cristã, ao ser mencionada nos livros de história a Igreja aparece como um personagem secundário ou até mesmo terciário de um cenário político, econômico ou social, não há a história da Igreja a partir da Igreja. Este artigo visa recuperar a importância da historiografia da igreja, para que tenhamos uma compreensão ampla de seu desenvolvimento, para tal o mesmo será dividido em seis partes.
1ª ORIGENS DA HISTORIOGRAFIA ECLESIASTICA

A modernidade busca minar os pressupostos de verdade, isso faz com que muitos deixem de fazer um sério trabalho metodológico em busca dos fatos que realmente aconteceram, dentro do contexto em que ocorreram. Escrever a história é comprometer-se em apurar os fatos, compreende-los em seu contexto e relatá-los com o máximo de fidelidade, isto é assim desde Heródoto até o século XX. Temos em Eusébio o primeiro historiador, o mesmo define sua obra como uma busca pelo registro fiel dos fatos que ocorreram na Igreja de Cristo. É claro que o primeiro livro a registrar a História da Igreja é Atos dos Apóstolos, mas embora o livro traga detalhes da formação de liderança, desenvolvimento inicial e expansão, tudo sendo feito com fidelidade impar e de forma cronológica, não podemos afirmar que o interesse de Lucas era historiográfico. No entanto é a partir de Atos dos Apóstolos que a história da Igreja é contada, e o desafio então é dar continuidade ao relato do que aconteceu com a Igreja após o ultimo capítulo do livro de Lucas. Como dissemos Eusébio é