gênese da ciência politica

Atualmente, são admitidas duas narrativas em relação à institucionalização da Ciência Política nos Estados Unidos da América, a narrativa oficial e a narrativa não oficial. A narrativa oficial conta que a Ciência Política nos Estados Unidos surgiu no final do século XVIII, onde os federalistas estavam propondo melhores instituições para o Governo do país. Dessa forma, a Ciência Política para os norte-americanos estava incumbida de uma tarefa pedagógica: ensinar a todos os cidadãos as virtudes e benefícios de um governo democrático e republicano. Seguindo uma tendência dos países que estavam se democratizando, houve nos Estados Unidos uma ampliação do contexto liberal de discussão e crítica e, por conseguinte, controle estatal sobre a sociedade cada vez mais limitado, fortalecendo ainda mais a Ciência Política. A princípio não havia separação entre teoria e ciência e era aceito o modelo democrático-liberal de ciência neutra. No ano de 1950 houve a chamada Revolução Behaviorista, também denominada Revolução Comportamentalista, que visava conciliar os métodos quantitativos dessa Revolução com os dados qualitativos da teoria política, ou seja, Ciência Política objetiva aos moldes das Ciências Naturais. Posteriormente houve um separação da Ciência Política entre história do pensamento político e teorias políticas normativas. A Teoria política transformou-se em uma das cinco áreas da Ciência Política isolando-se das questões práticas tratadas pelas outras quatro áreas: Política Americana, Política Comparada, Relações Internacionais e Políticas Públicas. Na Teoria Política, os cientistas políticos começam a estudar métodos e fundamentos epistemológicos da política, ao invés da política em si; há uma especialização e profissionalização da disciplina e consequentemente sua automatização afastando-se, por fim, da realidade política. A narrativa não oficial qualifica a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) como divisor de águas da Ciência Política nos