Gramsci

GRAMSCI, Antônio. Cadernos do Cárcere.
Cadernos 12:
Apontamentos e notas dispersas para um grupo de ensaios sobre a história dos intelectuais.

Gramsci começa sua análise sobre os intelectuais, afirmando que “todo grupo social cria para si uma ou mais camadas de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência própria” (p. 18). Ele cita o exemplo dos empresários, que dentro da classe burguesa, exercem uma função intelectual que exige uma capacidade de ser dirigente além da sua capacidade técnica.
Para ele, algumas classes sociais são capazes de produzir seus intelectuais orgânicos, que são responsáveis por criar “especializações” de aspectos parciais da atividade primitiva da classe. No exemplo da sociedade feudal, Gramsci reforça a ideía de que a classe camponesa não foi capaz de formar os seus intelectuais orgânicos. Por isso, outros grupos extraíram intelectuais da classe camponesa (intelectuais tradicionais).
“Em qualquer trabalho físico, mesmo no mais mecânico e degradado, existe um mínimo de qualificação técnica, isto é, um mínimo de atividade intelectual criadora”. “Todos os homens são intelectuais, mas nem todos têm na sociedade a função de intelectuais”. (p. 18). Essas capacidades intelectuais são historicamente construídas e sofrem elaborações em relação ao grupo social dominante.
Quanto mais eficazes são os grupos sociais de formar intelectuais orgânicos, mais capazes serão de conquistar ideologicamente os intelectuais tradicionais (p. 19). “A escola é o instrumento para elaborar intelectuais em todos os níveis”. Com isso ele afirma que quanto mais ampla a rede de escolas, mais capacidade de influência terá uma sociedade.
A relação entre os intelectuais e o mundo da produção não é imediata (p. 20???).
Existem dois planos da superestrutura: a sociedade civil, formada por organismos “privados” e a sociedade política, composta pelo Estado, e a responsável por exercer o “domínio direto”.
“Os intelectuais são ‘prepostos’ do grupo dominante para