Gillette

Gillette
A máquina da inovação
A liderança do mercado conseguiu-a quando lançou a primeira lâmina. Hoje elas são, tal como a Coca-Cola, um produto universal, disponível em qualquer lugar. As constantes inovações não dão oportunidades aos rivais
Por: Gordon McKibben
King C. Gillette esforçava-se por se barbear numa manhã de 1895, quando a ideia lhe ocorreu. A utilização de um suporte com lâminas recarregáveis chegou-lhe «mais conforme a rapidez de um sonho do que como um lento processo de raciocínio». Nessa data, Gillette tinha 40 anos e era um vendedor-estrela de rolhas de cortiça para a indústria cervejeira na Crown Cork & Seal. William E. Nickerson foi a ligação indispensável entre a visão e a realidade. Sondado, este químico, que se encontrava a desenvolver equipamentos de segurança para elevadores em Boston, replicou: «Na minha opinião, o sucesso da máquina de barbear depende da produção de uma lâmina perfeita que combine a sua diminuta espessura com uma grande dureza e resistência que permita o seu uso repetidas vezes sem grande deterioração.» Tendo cedido os direitos sobre as suas invenções à empresa fundada por King C. Gillette (American Safety Razor) por um salário de 160 dólares, Nickerson deitou mãos à obra.
Um ano mais tarde, após a entrada de capital por parte do industrial de cerveja John Joyce, Nickerson inicia a sua linha. Esta consistia numa única máquina de moldar e respectivo equipamento. Lentamente, os protótipos das primeiras lâminas e suportes começam a aparecer.
Mas só em 1903, já sob o controlo de John Joyce, é que são lançados os primeiros produtos. Com o preço de 5 dólares pelo suporte e de 1 dólar por um pacote de 20 lâminas, a Gillette vendeu 51 unidades do primeiro e 168 lâminas. No ano seguinte a empresa vendia 90 884 suportes e 123 648 lâminas. Paralelamente, a patente do invento era garantida em Novembro desse ano, dando à companhia 17 anos para defender o melhor possível o seu produto.
Desde o princípio que na Gillette existia