Geometria

A GEOMETRIA DESCRITIVA (GD) NOS CURRÍCULOS DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL: FUNDAMENTOS E OBJECTIVOS; REPENSAR A SUA “UTILIDADE”
Leonardo Charréu / Universidade de Évora (Out.1999) Há cerca de duzentos anos, Gaspar Monge (1746-1818), revolucionou o desenho geométrico com um processo de representação rigorosa das formas que passou a ser conhecido como método de Monge ou Método de Dupla Projecção Ortogonal.
Este matemático francês não fez mais do que dar uma forma lógica a um sistema empírico até então com uma aplicação frequente na arquitectura militar, em particular no projecto de fortificações.
Conhecem-se sistemas utilizados por alguns dos pintores do Renascimento italiano, com Leonardo de Vinci à cabeça, sendo igualmente famoso o album de desenho e modelos arquitectónicos de Villard d`Honnecourt, um arquitecto francês que viveu no século XIII. Nesta importante obra da idade média foi sistematizado um processo em que, coerentemente, várias “vistas” do objecto escultórico ou arquitectónico eram consideradas.
Em todo o caso, a moderna GD não é mais do que um conjunto de desenvolvimentos elaborados a partir dos conteúdos essenciais de um tratado publicado em 1795 por Gaspar Monge e que ele próprio designou Géometrie Descriptive.
O método (de Monge) da GD procura representar as formas projectando-as ortogonalmente sobre dois planos perpendiculares entre si: um plano vertical situado à frente do observador e um plano horizontal situado por baixo da forma a representar. Teremos então sempre duas vistas simultâneas de um objecto no mesmo plano da folha de representação, como se observássemos de frente e por cima.. alçado principal (fachada) de uma casa e a sua planta, no desenho de arquitectura seguem os princípios do método de Monge, a que foram acrescentados os alçados laterais e posterior.
Da mesma forma os métodos Europeu e Americano de vistas de um objecto evoluíram a partir do método de Monge, completando a representação do objecto observado a