gEOMETRIA

O ensino de Geometria nas séries iniciais

adair Mendes Nacarato – USF [e-mail] Introdução

Minha experiência como formadora e como docente nos cursos de Pedagogia tem revelado que o ensino de Geometria nas séries iniciais ainda merece uma atenção maior. Apesar de todo o movimento de reforma curricular da década de 1980 apontar para a necessidade da inserção da geometria na sala de aula das séries iniciais, constata-se que, na prática, esse movimento tem sido bastante incipiente. Quais as causas que têm provocado essa ausência da geometria? Por que os professores não inserem a geometria no currículo mesmo esta se fazendo presente nos livros didáticos? Discutir essas questões requer pensar no próprio movimento ocorrido com esse ensino na segunda metade do século XX e na formação do professor que atua nesse nível de ensino. Assim, a presente palestra está organizada em três momentos: 1) inicialmente traçarei um breve panorama histórico desse movimento, destacando a produção brasileira nas últimas duas décadas; 2) em seguida, discutirei a ausência de uma formação docente específica em Geometria, bem como apontarei algumas experiências com professoras que atuam nessas séries; e 3) finalmente, trarei alguns contextos de sala de aula que possam evidenciar algumas alternativas metodológicas para o professor que ensina Matemática.

O ensino de geometria no Brasil nas últimas duas décadas Não é o objetivo desta palestra retomar todo o movimento que existiu antes e após o Movimento da Matemática Moderna (MMM) no que diz respeito ao papel que a geometria ocupou nesses distintos momentos. Sem dúvida, esse movimento renovador foi um marco no ensino da geometria no Brasil. Umas das autoras brasileiras que analisam esse movimento com bastante profundidade é Pavanello (1993). Segundo ela, o MMM na década de 1960 agravou um quadro que já vinha se delineando: as dificuldades do professor em trabalhar geometria, a abordagem teórica e axiomática da