Flávia gai soares

Resenha do texto: Corpo, Sexualidade e Gênero

O texto me permitiu pensar em várias questões, pois apresentou que a Antropologia tem chamado a atenção de que estas realidades são apenas aparentes. Trata-se de uma ilusão de que compartilhamos com os outros seres humanos uma mesma condição fundada na existência do corpo, do sexo, no sentido de existirem machos e fêmeas, e da sexualidade. Na verdade, isso passa sempre e necessariamente por uma simbolização, por uma construção cultural e social específica. Cada cultura, seja ela do lado do hemisfério que pertença, tem sua tradição, parâmetros que dão a noção daquilo que é usado como lei, norma que a organiza. Penso que por esse viés pode-se começar a questionar como é possível haver tantas diferenças que compreendem socialmente as noções apresentadas pela autora do texto. Pois mesmo para mim que sou uma estudante de psicologia, mais voltada pela leitura psicanalítica, é impossível considerar o sujeito distante de sua cultura e das marcas que esta faz na singularidade de cada um, como individuo inserido numa sociedade. Partindo do conceito de corporeidade, tem-se a idéia normalmente ao nível da estrutura física, das sensações que determinada pessoa tem em relação ao meio ambiente, calor, frio, tato, olhar, paladar, olfato... este patamar também é produzido socialmente. Pois o corpo é uma dimensão produzida pelos impertativos/efeitos da cultura. A nossa sensação física passa, obrigatoriamente, pelos significados e elaborações culturais que um determinado meio ambiente social nós dá. Nesse ponto gostaria de fazer algumas observações, pois julgo necessário pensar como são dados os significados que nesse aspecto também passam por uma cultura que os introduz a cada sujeito, seja no discurso familiar, religioso, político, enfim sócio-cultural. Simbolizamos o que carregamos desta cultura, ela própria nos simboliza, pois marca. Considerando a história mesmo que de forma bem individual, se perceberá