Filosofia

O filme “Quanto vale ou é por quilo?” traça um paralelo entre o tempo da escravidão e os dias atuais. Logo no início do filme, nos deparamos com a história de uma negra, Joana, alforriada, que tem seu escravo roubado por um branco e mesmo tendo documentos para comprovar o que alegava, foi condenada por causar desordem. Em outro momento, vemos a cena em que duas personagens, que trabalham com caridade, dispensam um tratamento totalmente preconceituoso à uma menina negra, que por mais que esteja convivendo com a família, é tratada como empregada e na primeira oportunidade para ser usada como tal, assim é feito.
A caridade é outro tema abordado no longa. A caridade como negócio, a maneira com que ela é explorada, há um novo segmento lucrativo na miséria alheia. Essa pseudo caridade é utilizada como válvula de escape para muitas pessoas, que se sentem aliviadas por achar que já estão fazendo seu papel social, sem se preocupar se isso está realmente beneficiando a mais alguém, além de si.
No paralelo traçado entre os dois períodos, a amizade também tem seu destaque. Como em todos outros enfoques, este também tem seu lado capitalista. Nos dois tempos, a amiga não se nega a prestar sua ajuda a outra que necessita. Mas não sem antes avaliar a viabilidade desse aceite e também quais seriam seus lucros e benefícios. Ou seja, somente se presta um favor, à medida que isso seja lucrativo.
Um dos pontos mais importantes do filme é destinado ao terceiro setor. A grande lucratividade das Ong’s, o quanto essas pessoas estão trabalhando mecanicamente, sem realmente se importar com os destinatários das benfeitorias, essas organizações se tornaram empresas. Além disso, vemos a corrupção instalada, o desvio do dinheiro publico, superfaturamento de projetos. As pessoas envolvidas com as ONGs não estão preocupadas em resolver ou então minimizar um problema social, estão pensando em como receber mais verbas, baratear os custos e lucrar cada vez mais. São pessoas que querem fazer