Fichamento Lima Barreto
Matéria: Literatura Brasileira II
BOSI, A. O romance social: Lima Barreto. In: História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1978. p.357-367.
Em seu texto sobre o romance social de Lima Barreto, Alfredo Bosi comenta sobre a origem simples do autor, a difícil vida como jornalista e como esses fatores contribuíram para ele se tornar um socialista maximalista. Mas Bosi menciona também sobre certas discordâncias na ideologia de Lima Barreto, como não gostar das contemporaneidades no Rio de Janeiro no começo do século, tais como cinema e arranha-céus, também sobre a ascensão da mulher profissionalmente e o regime republicano no Brasil.
Todavia, essas discordâncias foram logo esclarecidas, devido ao fato de suas raízes virem de uma classe média suburbana, onde o conservadorismo reinava. A sua aversão às coisas novas é associado à defesa de sua etnicidade. E a repugnância que Lima Barreto sentia em relação à República Velha devia-se ao fato que ele era contra as oligarquias.
Segundo o autor, existe uma duplicidade de planos (narrativo e crítico) tanto no âmbito ideológico quanto estilístico de modo consciente e polêmico. Contrapondo seu estilo de escrever e pensar com o de Coelho Neto e de Rui Barbosa e aproximando-o de Marques Rabelo e Érico Veríssimo para fazer valer reconhecer a sua modernidade estilística. Embora escolhesse e elaborasse realidades sociais sua obra mostrava-se realista e intencional “cujo limite inferior é a crônica” (BOSI, 1992, p. 360).
Em seu livro Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto mostra que suas origens suburbanas não foram um impedimento para criar uma personagem, o Major Policarpo Quaresma, que manifesta todo o amor à pátria, mostrada de forma patética e ridicularizada. Nesta personagem aparece também a indignação do autor sobre o brasileiro discriminado em uma sociedade sem pátria. No livro, há uma dualidade entre o relato das dificuldades do