Fenomenologia

841 palavras 4 páginas
A Doxa Destruída
Sócrates mesmo parecendo não ter se dado conta, entrou em conflito com a polis. A busca da verdade na doxa pode levar ao resultado catastrófico de sua completa destruição, foi o que aconteceu com Édipo rei, cujo o mundo, toda a realidade do seu reino, desintegrou-se assim que ele começou a examiná-lo. Depois que descobriu a verdade, Édipo fica sem nenhuma doxa, em seus diversos significados: glória, opinião, juízo, fama e um mundo próprio. A verdade pode, portanto destruir a doxa , pode destruir a realidade política dos cidadãos. Mesmo com a influência que tinha Sócrates, é óbvio que muitos de seus ouvintes hão de ter ido embora, não como uma opinião mais verdadeira, mas sem qualquer opinião. O fato que muitos dos diálogos de Platão não sejam conclusivos, no entanto podem ser visto sob esta luz: destroem-se todas as opiniões, mas nenhuma verdade é oferecida em seu lugar. Socrátes, que apesar de protestar sempre que não possuía uma verdade absoluta, ensinável, já devia de algum modo, ter aparecido como perito da verdade. O abismo entre opinião e verdade, que daí por diante viria a separar o filósofo de todos os outros homens, ainda não fora aberto, mas já estava prenunciado na figura desse único homem que onde quer que fosse tentava fazer com que todos à sua volta, e antes de tudo ele mesmo, ficassem mais verdadeiros.
O conflito entre filosofia e política, entre filósofo e a polis, irrompeu porque queria tornar a filosofia relevante para a polis. Com a rápida decadência da vida da polis ateniense, o conflito terminou com uma derrota para a Filosofia: Somente com a famosa apolitia, a indiferença, e o desprezo pelo mundo da cidade, tão característicos de toda a filosofia pós-platônica, o filósofo poderia proteger-se das suspeitas e hostilidades do mundo à sua volta. Com Aristóteles, começa o tempo em que os filósofos deixam de sentir-se responsáveis pela cidade, isso não no sentido da filosofia não ter uma atribuição especial no domínio da

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