FÊNOMENOLOGIA

Por séculos, consciência foi entendida como parte essencial do ser humano, como pertencente ao sujeito, separada clara e distintamente do objeto, na filosofia moderna os conceitos e ideias são vistos como inatos à mente humana, ela se basta na produção de conhecimentos e formulação de conceitos. A fenomenologia coube o papel de juntar sujeito-objeto, e essa união foi feita pela intencionalidade. Para a fenomenologia, intencionalidade é o conceito principal da consciência, toda consciência visa ou dirige-se para algo. Nossa experiência, e com isso a consciência que temos dela, deve ser vista como intencional e centralizada a determinados objetos. A consciência não pode ser vista isolada do mundo, como na concepção de Descartes de pura consciência, ela é sempre direcionada a objetos que estão localizados fora dela, e por isso pode-se dizer que há uma distinção notável entre sujeito e objeto, o que percebe e o que é percebido. Porém intenção aqui deve ser entendida como algo mental, e não no sentido de uma simples prática como se costuma usar corriqueiramente. Há dois tipos de entendimentos distintos de consciência, o da filosofia moderna e que segue o modelo de Descartes, e o colocado pela fenomenologia. O primeiro e mais antigo, teve sua origem com Descartes e poder ser encontrado também nas obras de Locke e Hobbes, nessa concepção a consciência é apresentada como totalmente subjetiva e independente do mundo externo e seus objetos, nenhum tipo de conexão entre mundo externo e interno é estabelecida. “A consciência é tomada por ser uma ilusão ou um gabinete fechado; a mente vem em uma caixa”, essa é a definição dada por Sokolowski a esta visão de consciência autossuficiente. Uma compreensão dos objetos é sempre fruto de supostas sínteses de representações, é alcançada por induções, logo, cada sujeito tem um mundo próprio e inacessível por outros. A percepção dos objetos é apenas uma síntese de múltiplas determinações formuladas