favelização em franca

O projeto de urbanização de Franca deixa cidade sem favela. Em 1983, Sidnei Rocha conseguiu construir um núcleo de moradias para famílias que estavam sem teto no bairro Santa Cruz, transferindo para a Vila Gosuen. E, agora, numa ação do Ministério Público, as famílias que passaram a morar em barracos em áreas de preservação permanente terão suas próprias moradias. As casas estão sendo construídas no Jardim São Barbara e deverão beneficiar 160 famílias.
Para engenheiros e arquitetos, favela é a informalidade na economia urbana, tanto com relação à habitação e no que diz respeito ao loteamento. É a prova de que uma solução pode virar um problema. Ou, é uma prova de que a solução encontrada para a falta de habitação - a construção de habitações que, reunidas, produzem uma favela - acabou se transformando numa terrível complicação.
Esta realidade, encontrada em cidades médias e grandes, começa a aparecer até em cidades menores, quando se considera seu ativo demográfico. Franca, por exemplo, é das poucas cidades que, expandindo-se do ponto de vista populacional, não tem produzido favelas, o que merece um estudo mais profundo do ângulo da economia urbana. Há poucos quilômetros, contrastando com Franca, Ribeirão Preto expande-se econômica e demograficamente mas produz algumas favelas que são até objeto de estudos sociológicos.
O economista Vicente Golfeto ressalta que ao mesmo tempo cresce a economia informal em Franca. Não são poucas as residências que abrigam - ou escondem?- microempresas. Elas gravitam ao redor do setor calçadista sobretudo e fornecem produtos que este setor industrial necessita. Esta informalidade na atividade econômica facilita a construção de casas de bom padrão, o que impede a formação de favelas.
A ação do poder público e Ministério Público tem sido primordial para evitar a formação de favelas. A construção de 160 moradias, direcionadas às famílias encontradas nas áreas de preservação ambiental, deverá ser concluída possivelmente até o final