Fauna brasileira
Existe quase uma centena de espécies[->1] de morcegos[->2] que habitam o Brasil[->3], somente três se alimentam de sangue[->4]. Estas três constituem a família[->5] dos Desmodontídeos[->6]. Para bem distintingui-los, como convém, entre os demais, diremos que apresentam corpo robusto, orelhas[->7] curtas, com trago muito notável. Dedo[->8] polegar[->9] muito comprido. Focinho curto, com apêndice[->10] nasal[->11] reduzido a uma simples carúncula[->12] membranosa[->13] em torno das narinas[->14]. Esse focinho olhado de frente ou de perfil dá-nos impressão de uma miniatura de buldogue[->15].
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Sturnira lilium.
Mas o que muito caracteriza a família[->18] é não possui senão pequena e fina membrana[->19] ligando as pernas[->20] sem o menor vestígio da cauda[->21]. Ainda mais que isso,[1] caracteriza seguramente a família o seu aparelho dentário[->22], cujos "molares[->23] são estreitos, com margens cortantes e incisivos[->24] superiores muito grandes, falciformes[->25], maiores que os próprios caninos[->26] e extremamente aguçados".
Os morcegos hematófagos[->27] não se penduram pelos pés[->28], como os frugí[->29]voros[->30] e insetívoros[->31]. Encostam a uma parede, ou árvore[->32], com as asas[->33] encolhidas, fixando a unha[->34] do seu dedo[->35] polegar[->36] à parede a que se agarram, com a cabeça[->37] para baixo, no estilo geral da ordem. Embora assim apoiados à parede, tabuado, tábua, árvore, jamais ajustam o ventre a essa superfície. Há sempre um pequeno afastamento.
Outra particularidade é que sabem andar pelo chão, ou melhor, sabem locomover-se aí, aos altos à maneira dos sapos[->38]. Fixam residência no oco das árvores ou grutas[->39], de onde saem ao baixar do crepúsculo[->40] para atacar animais[->41] de cujo sangue[->42]exclusivamente vivem. Atacam toda a espécie de gado[->43], ave[->44] domésticas[->45] e animais silvestre[->46].
Sílvio Torres[->47], que entre nós fez observações minuciosas a respeito dos costumes