Eterno Retorno

O Suicídio da Eternidade

PRÓLOGO

Muito antes de várias crenças, muito antes de Guerras e Profetas, quando ainda se desconhecia o fim, a Tribo começava a se organizar promovendo a faísca da civilização. Sem eufemismos, a Tribo estava em sua primeira geração, minha memória mais antiga. A Tribo era por excelência formada por jovens, caçadores e mulheres que desconheciam o fim. Não sabia onde ou por que, só precisavam sobreviver ao mundo. Em matéria de organização, a Tribo se mostrava impecável ao passo que eram os primeiros a se organizar. Atividades sociais começavam a ser divididas. Tal Tribo atraiu a atenção de um solitário nômade, um Homem alto, magro, não se sabia se era caçador, assassino, fugitivo, só notavam sua vestimenta. O Nômade vestia a pele dos animais mais belos que os olhos da Tribo já viram, o pelo dos animais parecia macio, bem conservado, algo inédito para a Tribo, mas o que mais chamava a atenção era a cor das peles, todas eram pretas. Devido à época do Ano e à localização da Tribo, o frio estava presente, não muito forte, mas o suficiente para incomodar aos fortes e amedrontar aos fracos. O Nômade se cobriu da cabeça aos pés com as peles negras, mal se via seu rosto. O contraste dele com a paisagem era visível, se comparava à uma manja, um borrão. A Tribo não soube reagir, o Nômade chegou ao vilarejo, se aproximou de algumas Mulheres que preparavam a comida e as vestimentas, sentou-se e começou a ajuda-las. Os Homens ficaram sem reação, quem era aquele que desafiava os padrões sociais ? Quem era o Homem que possuía habilidade nos afazeres femininos ? Será ele uma Mulher ? Muitas dúvidas pairavam sobre a Tribo, mas o deixaram ficar. Os Caçadores eram destemidos, quando os Homens se juntavam para se preparar para a caça o ar mudava, uma coragem sem igual tomava conta dos Caçadores, uma possessão que deixou até o Nômade surpreso. É claro que a coragem às vezes tem de dar espaço para