Estágio III – 7º período: Gestão / Empresa
Maria de Lurdes Valino
1) Alfabetização: revendo conceitos para garantir direitos
Em 1990, na “Conferência Mundial de Educação Para Todos”, em Jomtien, os países participantes assumiram os compromissos de, entre outros, assegurar educação para todos de modo a satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem e investir na redução do analfabetismo até o ano 2000. Na “V Conferência Internacional de Educação de Adultos” da UNESCO (Hamburgo, 1997), foram renovados os compromissos quanto à redução do analfabetismo e à garantia de educação continuada ao longo da vida. No “Fórum Mundial de Dakar”, em 2000, avaliou-se que o objetivo de reduzir o analfabetismo não fora cumprido e, conseqüentemente, os prazos foram prorrogados até 2015. O Brasil, além de ser signatário destes compromissos internacionais, tem na Constituição Federal de 1988, nos seus artigos 205 e 208, a confirmação da educação como direito de todos e, inclusive, garantindo o ensino fundamental para os que a ele não tiveram acesso na idade própria.
Os acordos internacionais e a inclusão da educação de jovens e adultos como direito na Carta Magna são ações importantes, porém a superação da situação histórica de analfabetismo no Brasil1 requer a implantação de políticas públicas tendo a educação de jovens e adultos como uma das prioridades. Gadotti (2003) afirma que até a bem pouco tempo, a política governamental brasileira não valorizava a EJA – Educação de Jovens e Adultos: com uma visão necrófila esperava-se a extinção do analfabetismo à medida que os adultos analfabetos morressem. A necessária prioridade está sendo anunciada pelo atual governo.
Este texto tem como objetivo analisar alguns conceitos envolvidos no binômio alfabetismo/analfabetismo, aliado a um estudo de caso verificando o universo de sonhos, desejos e angústias de vinte pessoas, que não tiveram oportunidade de estudar no tempo devido, apontando para a