espaço e metodo
O fato de que oespaço total seja indivisível não nos impede de, nele. Distinguir as frações (estradas, condutos, vias e meios de comunicação) utilizadas para permitir que a produção e os seus fatores circulem: pode-se falar num espaço de circulação? Pode-se admitir que haja pedaços de território cuja única função seja a de assegurar a circulação? Cremos que, além disso, deve-se, mesmo, reconhecer que taisespaços de circulação prestam-se de maneira diferente à utilização pelas firmas diversas dentro de uma cidade, região ou país. Ouso seletivo do espaço se daria sobretudo através desse processo, uma vez que, nas condições atuais de circulação rápida do capital, isto é, pela necessidade de rápida transformação do produto em mercadoria ou capital-dinheiro, isto é, nas condições atuais de reprodução, acapacidade maior ou menor de fazer rapidamente o produto é condição, para cada firma.
A questão pode assim, como vimos ser colocada em termos nacionais e locais: no tocante à produção e à circulação, o dado nacional avulta, graças à hegemonia de que, sem contestação, dispõem as firmas mais poderosas. Quanto ao consumo, sobreleva o dado local, a partir das múltiplas formas deacessibilidade dos bens e serviços, cuja manifestação termina por se dar em termos, sobretudo locais.
O espaço, como realidade, é uno e total. É por isso que a sociedade como um todo atribui, cada um dos seus movimentos, um valor diferente a cada fração do território, seja qual for a escala da observação, e que cada ponto de espaço é solidário dos demais, em todos os momentos. A isso se chama a totalidade doespaço.
Hoje, e com grande insistência, que a antiga noção de região não pode resistir às configurações atuais da economia, governada, nos diversos países, por uma internacionalização do capital que abarca novas formas. Houve um momento em que a região era considerada como a categoria do estudo espacial.
A insistência de uma integração nacional, nos países subdesenvolvidos, favorecia laçosmais diretos de cada subespaço nacional (ou, pelo menos, de certos deles, em casos espaciais) em relação com os centros do sistema mundial, cada área exercendo funções reclamadas aos pais (ou colônia) como um todo, mas estritamente localizadas. A inexistência de uma fluidez espacial, isto é, de mobilidade dos fatores, deixava, porém, a impressão de que cada área funcionava segundo uma lógicaprópria, independente das relações do país como um todo com o sistema mundial.
Nos países desenvolvidos, as relações eram, sobretudo, regiões históricas, criadas antes da revolução dos transportes, onde o peso do passado, influindo tanto na configuração do espaço na vida econômica e cultural, assegurava a manutenção de um grande número de relações internas, mais facilmente identificáveis, maisempiricamente comprováveis e, sobretudo, mais presentes na interpretação dos estudiosos, pondo, desse modo, na sombra, as relações externas, das quais as relações internas dependiam em última análise.
A internacionalização do capital produtivo, paralela à fase técnico-científico atual do imperialismo, veio pôr à debilidade do conceito, pelo menos em sua noção clássica. O processo de acumulação ganha novoritmo e a localização das atividades mais rentáveis se torna mais seletiva.
Uma região é, na verdade, o lócus de determinadas funções da sociedade total em um momento dado. Mas, pelo fato de que, no passado, o mesmo fenômeno se produziu, as divisões espaciais do trabalho precedentes criaram, na área respectiva, instrumentos de trabalho fixos ás diversas órbitas do processo produtivo, aos...
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