Emoções, você controla as suas?

Estímulos emocionais são capazes de interferir em tarefas que exigem um alto comprometimento dos nossos processos atencionais? Segundo uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, os estímulos emocionais são privilegiados na disputa por recursos atencionais, mesmo quando são irrelevantes à tarefa sendo realizada.

A pesquisa demonstrou que as emoções têm prioridade e capacidade de interferir em tarefas de alta demanda atencional, mesmo quando os recursos de processamento estão direcionados e alocados a uma tarefa que exija bastante atenção. Os autores salientam que os estímulos emocionais podem ser processados de maneira rápida e automática, sendo que muitas vezes este processamento ocorre em níveis neurais que não necessariamente envolvem o córtex e sistemas cognitivos de alta ordem. Os autores discutem que o entendimento do processamento emocional é importante, já que grande parte das patologias mentais está relacionada com disfunções na identificação e resposta aos estímulos de emoção.

Para investigar o efeito dos estímulos emocionais no comportamento, Fátima Erthal e colaboradores realizaram um teste de tempo de reação utilizando imagens com valências negativas, tal como corpos mutilados e imagens neutras, tal como rostos com expressão facial neutra. As figuras eram apresentadas separadamente, contendo uma barra de cada lado. O participante deveria ficar com o olhar focado no centro da tela onde apareceria a imagem e determinar a orientação (igual ou diferente) das barras apresentadas nas laterais de cada imagem. Com o objetivo de verificar até que ponto as emoções influenciam no processo atencional, a orientação das barras foi diferenciada em cada bloco de imagens, obtendo um grau considerado fácil (90°) em um terço das figuras, em outro terço um grau considerado médio(24°) e em outro um grau considerado difícil (12°). Os autores visavam verificar se um distrator emocional poderia ser eliminado da percepção se uma tarefa atencional