Elogio do Riso

Elogio do Riso

O texto desde o inicio se coloca de uma forma bem diferente dos textos acadêmicos em geral, ficando sempre claro o seu caráter critico. Tal crítica começa pelos nomes dos seminários, que de acordo com o autor, se portam de tal forma por dois motivos: “para fazer de conta que nos reunimos para uma tarefa realmente importante e, pelo menos por certo momento, que demos uma certa importância para nós mesmos”.
Posteriormente o autor trata sobre o diálogo entre o riso e o sério, e de um dinamismo inerente ao próprio pensamento, que não se deixa fixar pela própria seriedade. Além de tratar das teorias do riso, trazendo uma interessante discussão do século XIX sobre o tema.
Entretanto um tema tratado pelo autor me chamou ainda mais atenção: O riso e a pedagogia. Pois de fato se ri pouco na Pedagogia, seja em que âmbito for. E como o próprio diz no texto “(...) o riso está proibido, ou pelo menos bastante ignorado, no campo pedagógico”. E ele mesmo insere os motivos para isso, apontando que na pedagogia se moraliza demasiadamente, além do campo pedagógico ser constituído sobre um incurável otimismo, enquanto o riso carrega consigo certa melancolia e desprendimento. Tal questão ocorre nos espaços educacionais onde o riso é visto como desrespeito, ou algo assim, atingindo a “sacralidade” existente naquele ambiente.
Dessa forma, apesar de ser um texto acadêmico, voltado para um congresso, “Elogio do Riso” faz críticas interessantes ao meio acadêmico e a sua forma de construção e de pensamento. O texto trata de forma muito bem embasada o caráter do riso em cada meio em que se insere e a forma subversiva e crítica que ele pode adquirir dentro da pedagogia, sem que seja ridículo ou algo assim, mas que seja também construtor do pensamento.