Educação e(m) Museus: as várias dimensões que se entremeam na construção dos saberes e na fruição do lazer

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Educação e(m) Museus: as várias dimensões que se entremeam na construção dos saberes e na fruição do lazer

Isabel Cristina Francioni Ferrugem1

Apesar do caráter de contemporaneidade que a relação educação e museu possa parecer ter a temática já vem sendo refletida e, igualmente, posta em prática, desde os anos oitocentos no Brasil, que seguiu as experiências bem-sucedidas de outros países. A basilar instituição museal – o Museu Nacional do Rio de Janeiro – apresenta-nos, por meio das suas documentações, farto material de pesquisa que suscitam muitas ponderações acerca da cooperação entre museus, instituições formais de educação e entidades de pesquisa. A análise das diversas fontes de informação possibilita, igualmente, a percepção de que o processo de constituição dos museus encontra-se estreitamente ligado ao da educação.
Por meio do levantamento documental, realizado no acervo do Arquivo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Luciana Sepúlveda Koptcke (2007), apresenta-nos um panorama geral de como ocorriam as relações de cooperação educacional entre as instituições de ensino e o Museu, entre os anos de 1832 e 1970. Os documentos pesquisados revelam dados referentes às condições de acesso aos recintos do Museu e às coleções; às intenções e às práticas de acolhimento aos visitantes escolares, tais como: palestras; visitas guiadas; aulas ministradas no Museu; empréstimo de espécimes ou serviços oferecidos aos docentes e discentes; promoção de cursos públicos ou restritos de formação, em parceria com instituições educacionais.
Desde a sua criação, por Dom João VI, em 1818, o Museu trazia explicitado no seu decreto inaugural as seguintes instruções: a difusão do conhecimento; o estímulo ao estudo das ciências naturais e sinalizava a necessidade de aquisição de acervo. Apresentava, ainda, de forma clara, a intenção de identificar, classificar e contribuir para a expansão da indústria, das artes e do comércio.
A visitação, nos anos de 1818 a 1821, era restrita aos

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