Economia Logistica
Este artigo apresenta de modo didático as metodologias de custeio por absorção e custeio direto, ao mesmo tempo em que demonstra por meio de um estudo analítico as inconsistências e distorções causadas pelo método do custeio por absorção quando da análise de resultado de produtos. É apresentada uma análise das margens de contribuição por produto frente à consideração de preços de mercado – estrutura de mercado denominada de concorrência perfeita-, e frente a preços estabelecidos em mercados de produtos diferenciados – estrutura de mercado de concorrência monopolística, monopólio ou mesmo oligopólio -, utilizando também aqui os resultados calculados pelos métodos de custeio direto e de custeio por absorção, demonstrando a inadequação deste último método para a tomada de decisão sobre a rentabilidade de produtos.
Palavras-chave: Sistemas de Custeio; Margem de Contribuição; Mark up; Rentabilidade de Produtos.
INTRODUÇÃO
O estudo detalhado dos custos e das despesas fabris, e a forma de atribuí-los a cada produto é um dos objetivos principais de todo o método de custeio. Esta área de estudos é polêmica e como se trata, em geral, de discussões e controvérsias sobre critérios empíricos, a margem para contestações é imensa.
O problema para determinar o custo unitário total (full cost) de produtos industriais decorre da alocação, sempre arbitrária, dos custos fixos e indiretos aos produtos, pois estes rateios não guardam necessariamente nenhuma relação direta com o produto que está sendo elaborado e, portanto, com os volumes produzidos.
Mesmo que não haja mudanças nas condições econômicas, nos preços das matérias-primas e nos custos da mão-de-obra direta, o custo total unitário de um produto pode variar em função dos critérios de rateio; esta distribuição de custos está de acordo com as premissas do sistema Custeio por Absorção, e este sistema é exigido obrigatoriamente pelo sistema tributário brasileiro para a