Do Conflito Uni O

Do conflito à união: como o espírito underground mantém o Heavy Metal
Márcio José F. de Lima Rodrigues.
Introdução e metodologia: como cheguei ao estudo do Heavy Metal
Esta etnografia é um resultado da soma da minha vida pessoal com a minha própria vida acadêmica. Prestei o vestibular para ciências sociais devido ao documentário do antropólogo canadense Sam Dunn, intitulado “Metal: a
Headbanger’s Journey”. Nele me fascinei com a antropologia, poder estudar várias culturas diferentes, e principalmente, compreender a minha própria.
Como sempre escutei Heavy Metal, fazendo parte de bandas ao longo da minha adolescência, logo quis estudar o Heavy Metal, porém no âmbito local.
Detive-me aqui a analisar as noções de identidade dentro do grupo, usando, principalmente, a teoria de Erving Goffman em “Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada”, por perceber que, dentre os headbangers, há tipos ideais, categorizado por eles mesmos como true e poser1, havendo conflitos de atributos estigmatizados, causando a produção da identidade social virtual e da identidade social real.
Minhas análises foram feitas não só da inserção no campo, mas também através de entrevistas em documentários, questionário simples sobre os conflitos do cenário Heavy Metal de Natal e entrevistas com os nativos em espaços de não interação com o grupo, para fazer uma analise dos chamados headbangers true e poser. Sigo na escrita deste trabalho o método utilizado por
Letícia de Luna Freire em seu livro “Próximo do saber, longe do progresso: histórias de uma vila residencial no campus universitário da Ilha do Fundão –
RJ”. Na metodologia de Freire:
“Mais ainda, se um dos pressupostos da Antropologia é a ideia de que tudo que se vê depende do lugar e da posição em que foi visto e das outras coisas que foram vistas ao mesmo tempo, Cardoso de Oliveira (2000, p. 30) ressalta a existência de uma ‘responsabilidade específica da voz do antropólogo’, que não deve ficar obscurecida nem pelo uso