Discente

CAPÍTULO I

O PROBLEMA

Introdução

Quando pensamos em esporte de alto nível, temos em mente atletas das principais Seleções das diversas modalidades, atividades que exigem perfeição e gestos técnicos refinados; imaginamos um atleta completo, ou seja, que tenha a capacidade física, técnica e tática, muito bem evoluídas e que saiba lidar com toda a cobrança e as exigências do dia a dia. Essas capacidades são esperadas dos jogadores no final do processo de maturação biológica e psicossocial, e de acordo com as fases do desenvolvimento definidas pela pediatria, citadas por Apolo (2007), essa fase ideal seria a 4ª, que: “caracteriza-se pelo amadurecimento harmonioso da parte física, emocional e intelectual e apresenta-se entre 12 e 18 anos de vida.” (p. 83).
Ehret et al. (2002), afirma que “uma especialização precoce significa que os jogadores infanto-juvenis podem ser bem-sucedidos em uma determinada faixa etária de forma relativamente rápida [...] mas, na maioria das vezes, ocorre uma queda da performance, tão rápida quanto a ascensão...” (p.02). Através da imagem que a mídia passa do esporte de competição; as escolas, que usam as equipes como forma de marketing; e até mesmo alguns pais, que vêem no esporte uma possibilidade rápida e fácil dos filhos atingirem estabilidade financeira e sucesso, além de os usarem como forma de realização pessoal, ajudam a pressionar ainda mais os professores e treinadores, que tendo a necessidade de apresentar bons resultados em curto prazo e formar atletas que correspondam ou superem as expectativas, acabam saltando importantes partes do processo evolutivo da criança, não respeitando sua individualidade e etapas do seu desenvolvimento. Ao agirem dessa forma, os profissionais responsáveis por garantir a prática correta e saudável da atividade física pode acabar por interferir de forma negativa. A expectativa criada em cima das novas gerações, faz com que surja maior ansiedade na busca por novos talentos e como questiona Apolo