Destrinchando um ditado

“O pior cego é aquele que não quer ver”
Reflexão:

Se formos analisar a frase no seu sentido mais estrito, encontraríamos alguns fatores incoerentes para seu significado concreto. Não se pode afirmar a existência de um pior cego apenas a partir do momento em que tal indivíduo escolhe não enxergar algo, seja esse “algo” abstrato ou não. Se fôssemos avaliar a causa de um indivíduo se tornar um cego pior, poderíamos tomar alguns fatores como parâmetro, dependendo de que rumo a discussão estiver tomando, e não apenas o fato de ele não querer “ver”. Isso caracteriza que a frase não pode ter, em seu sentido mais estrito, apenas uma interpretação universal, mas induz a várias.
Por outro lado, se quisermos analisar o ditado com um sentido mais figurado e conotativo, podemos chegar a inúmeras conclusões, sem que surjam problemas em relação à interpretação estrita e denotativa. Tomando-se do princípio de negação a realidade, podemos retirar o sentido mais utilizado de tal frase. Quando um indivíduo nega reconhecer algo que está evidente para todos, diz-se que ele é o pior cego, pois apesar de todas as evidências ele se recusa a enxergar e reconhecer tal fato como verdadeiro.
A partir desse conceito podem-se surgir várias reflexões a respeito do mal que pode fazer a negação a um fato evidente. Se o indivíduo está se recusando e enxergar a realidade, podemos trazer a tona vários motivos para tal atitude (medo, conforto, etc.). A frase tem tom negativo para quem ela é referida, pois a atitude de negação a realidade não é algo admirável se formos falar de senso comum.