destilação

“Carne, osso”

O mergulho no assustador mundo dos frigoríficos. A grande ideia desse documentário é lançar um olhar sobre os problemas que assolam diversas empresas, não é exatamente falar sobre os frigoríficos do Brasil, mas sim sobre o trabalho dentro de um frigorífico.
Quem trabalha em um frigorífico se depara diariamente com uma série de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Exposição constante a facas, serras e outros instrumentos cortantes. Realização de movimentos repetitivos, que no caso do corte da coxa de frango, são 18 movimentos em menos de 10 segundos que podem gerar graves lesões, doenças, pressão psicológica para dar conta do alucinado ritmo de produção, jornadas exaustivas até mesmo aos sábados e ambiente asfixiante e, obviamente, frio.
Muitos trabalhadores se queixam de restrições de menor importância, pelo menos, aparentemente. O que me chamou muito a atenção no documentário foi que os funcionários só podem ir ao banheiro com permissão do supervisor e em um tempo bastante curto, coisa de poucos minutos. Também são proibidas aquelas conversinhas paralelas que possam diminuir o ritmo de trabalho.
Outro comentário de uma ex-funcionária de um frigorífico: "A gente começou desossando três coxas e meia. Depois, nos 11 anos que eu fique lá, cada vez eles exigiam mais. Quando saí, eu já desossava sete coxas por minuto"
Valdirene Gonçalves da Silva, ex-funcionária de frigorífico.
Todos nós seres humanos que consumimos, e ainda consumimos essas carnes vindas de frigoríficos, não tínhamos, e muitos ainda não têm ideia de como que funcionava um frigorífico, do que tem por trás do bife, da coxa de frango que consumíamos. Achamos e muitos acham ainda que venha de um processo totalmente limpo, mas quando olhamos, ou quando todos olharem esse documentário, com certeza ficaram horrorizados vendo pessoas se matando, se mutilando, se inutilizando para poder garantir na nossa mesa um produto barato e de boa qualidade.
São vários os