Depressão e Suicídio
Artigo de opinião
Depressão e suicídio no filme “As Horas”
Maria Helena Moraes*
Elisa Melo da Silva**
Francini Neto**
Gleice Schürhaus da Silva**
Juliana Klein Rabello**
Letícia Just Guerra**
INTRODUÇÃO
A depressão é um mal tão antigo quanto a humanidade. Em todas as épocas da história, encontra-se o homem apresentando comportamento tipicamente depressivo. Embora o aumento crescente da depressão, principalmente no mundo ocidental, atualmente a caracterize como o “mal do século”1, este quadro tem sido descrito desde os personagens bíblicos2.
O cinema, arte que imita a vida, por meio do desenvolvimento de suas tecnologias e sensibilidade de roteiristas, diretores e atores, tem oportunizado o estudo e a análise de comportamentos humanos nas mais diversas situações. Situações e comportamentos estes que sensibilizam o público pela possibilidade de identificação e empatia, conscientes e inconscientes, com as dores, sonhos e fantasias dos personagens.
Este estudo foi realizado na UFSC, Centro de Filosofia e Ciências
Humanas, Departamento de Psicologia, Florianópolis, SC.
* Mestre em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis, SC. Especialista em Psicologia Clínica (CRP/12).
** Acadêmica da 9ª fase de Psicologia, UFSC, Florianópolis, SC.
O presente artigo pretende identificar características e vicissitudes do comportamento depressivo e suicida nos principais personagens do filme “As Horas”, de Stephen Daldry. Virginia
Woolf, Laura Brown, Clarissa Vaughan e Richard
Brown ilustram a vivência e a convivência de pessoas com quadros depressivos em diferentes épocas e graus de morbidade.
Não se pretende aqui uma análise profunda, visto que, com exceção de Virginia Woolf, os demais se tratam de personagens fictícios e não têm dados históricos que possam levar a um estudo mais completo de suas vidas. Por meio de revisão teórica e