Democracia no mundo arabe
Como nunca se viu no oriente médio milhares de pessoas comuns se investiram de coragem para protestar, exigindo um futuro melhor. A onda de protestos irrompeu subitamente na Tunísia e se espalhou por toda a região; Os protestos, de índole social e, no caso de Túnis, apoiada pelo exército, foram causados por fatores demográficos estruturais, condições de vida duras promovidas pelo desemprego, ao que se aderem os regimes corruptos e autoritários. Outras causas das más condições de vida, além do desemprego e da injustiça política e social de seus governos, estão na falta de liberdades, na alta militarização dos países e na falta de infraestruturas em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos.
Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes dentre as décadas de 1950 e 1970, foram se convertendo em governos repressores que impediam a oposição política credível que deu lugar a um vazio preenchido por movimentos islamitas de diversas índoles.
Durante o apogeu global da democracia no mundo nos anos 80 e 90, ninguém se importou com as condições sociais, econômicas e históricas dos países que desejavam ter uma democracia. O resultado foi inesperado porque muitos países enfrentaram condições desafovoráveis a uma democracia e tiveram que pagar caro por isso.
Ficou claro que devem existir algumas condições para o favorecimento da democracia, no mínimo certo nível de desenvolvimento econômico, um mínimo de desconcentração da renda; experiência histórica com o pluralismo político, entre outros.
Visto por este ângulo o mundo árabe apresenta um quadro assustador: pobreza generalizada, onde a pobreza não estiver presente o petróleo domina; divisões tribais; incoerência das instituições dos estados; pouca experiência com o pluralismo político.
É claro que esses fatores acima mencionados são apenas fatores de risco e não necessariamente uma pré-condição. A Índia, por exemplo, não