Defesa social:

Defesa Social:
A Defesa Social, como conceito, evoluiu no século XX, porém suas idéias não são resultado do pensamento cientifico mais recente. A filosofia de Platão já distinguia a pena não como vingança, mas como uma ferramenta para evitar outros crimes e na China, em 1050 a.C., já se falava em recuperação de criminosos. Historicamente foi concebida para a proteção da sociedade, através da repressão vigorosa ao crime.
A primeira formulação de uma doutrina de Defesa Social coube a Adolfe Prins, no início do século XX. A periculosidade do criminoso, na sua ótica, legitimava a sociedade a restringir e prolongar a privação de liberdade imposta ao delinqüente.
O pensamento evoluiu durante o século XX. O castigo implacável contra criminosos como panacéia exclusiva para combater o crime passou a encontrar resistências. Outros conceitos e valores, então, foram agregados à antiga concepção, favorecendo o surgimento do que se chamou de Nova Defesa Social, de Filippo Grammatica e Marc Ancel, na metade do século passado.
Marc Ancel, um dos mais destacados difusores da doutrina, salienta que os seus tentáculos devem ir muito além da exclusiva repressão rigorosa ao crime e ao criminoso, e sugere que as ações de defesa podem ser bem mais amplas. Passam a fazer parte dessa Nova Defesa Social termos e expressões não muito comuns para a época: "proteger a sociedade", "conjunto de medidas extrapenais", "prevenção", "ressocialização", "tratamento", "humanização do sistema e sua relação com o criminoso", "possibilidade de reinserção social" etc.
A nova doutrina, porém, no limiar do século XXI, por desconsiderar as outras ameaças à sociedade, que não o crime, deixou um vácuo carente de preenchimento.
José do Espírito Santo e Amauri Meireles, dois brilhantes oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, produziram estudos a respeito, chegando a conclusões semelhantes, que apontaram a necessidade de ampliação do conceito da Defesa Social, que deveria incluir a proteção contra