Crítica da razão tupiniquim

578 palavras 3 páginas
Em Crítica da Razão Tupiniquim, o filósofo Roberto Gomes ataca ostensivamente a falta de personalidade e originalidade da Filosofia brasileira, que se mantêm ao longo dos tempos atrelada a modelos de seriedade estrangeiros, fato que reflete não mais que a dependência cultural que há muito nos acompanha e nos coloca diante daquele complexo de vira-lata do brasileiro, já antes mencionado por Nelson Rodrigues que, entre outras coisas, percebia o brasileiro como um Narciso às avessas. Aliás, já no primeiro capítulo, além de citar nosso maior dramaturgo, o autor nos apresenta uma lista de importantes pensadores brasileiros - Lima Barreto entre outros que bem descreveram a alma brasileira -, bem como um rol de outras fontes possíveis - o torcedor de futebol, o porta-estandarte etc. - que podem e devem ter muito mais peso no desenvolvimento de uma Razão Tupiniquim do que as maçantes teses universitárias nas quais a filosofia no Brasil há muito se mascara.
A fim de esclarecer suas proposições, o autor enfatiza a necessidade de diferenciação entre os termos sério e o a sério ? o ser sério e o levar a sério. Sendo o primeiro, empregado a aquele que converge com a manutenção da ordem social vigente, o de espírito reacionário, o conservador, aquele se coisifica como objeto da seriedade. Já o segundo - a sério - é usado pelo filósofo como termo negador do estado de coisas socialmente admitido, possuindo natureza dinâmica e mutável. De acordo com Gomes, no intelectual brasileiro que discursa, triunfa, quase que invariavelmente, o sério ? expressão de uma classe privilegiada diante de uma multidão analfabeta - e no homem sério triunfa uma razão ornamental que o posiciona distante da realidade local que o cerca, das particularidades culturais às quais, querendo ou não, está inserido. Portanto, é em função dessa hegemonia no meio intelectual do ser sério em detrimento do levar a sério, que Gomes verifica e opõe-se ao triunfo da cultura formalística, que age de modo a impedir a

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