cremalheiras

Armadilhas no caminho do porta – voz
1- Cuidado com os esqueletos no armário
Quando acontece um acidente, todas as ocorrências passadas voltam a tona. Em uma entrevista a uma rede de televisão, ao vivo. Apareceu uma repórter entrevistando um suposto funcionário da Petrobras, que nem ao menos se identificou. A pessoa foi apresentada como alguém que trabalhava há mais de 20 anos em plataformas e começou explicando como era a situação no local:
O trabalho na plataforma é muito inseguro. Tem vários acidentes. A repórter perguntou se já sofreu algum acidente, ele respondeu que não, mas já tinha ouvido falar de alguns.
Veja bem: ele diz ouvido falar de acidentes. Ai, a repórter voltou a insistir para que ele descrevesse algum acidente:
Nós tivemos em 1988 um incêndio na plataforma de Enchova que foi muito grave.
O porta voz tinha a missão de rebater denuncias. Eu era o superintendente de produção daquela unidade e fui o coordenador das investigações daquele acidente. A plataforma de Enchova pegou fogo durante 30 dias e nós não tivemos nenhuma pessoa sequer machucada.
A coisa não foi adiante. Mas se no lugar do porta voz tivesse uma pessoa que não soubesse dessas informações, duvidas poderia ter ficado no ar.

2- A imprecisão pode virar uma praga
Pequenas diferenças podem gerar dores de cabeça, os jornalistas passaram a questionar um fato secundário, como as condições do mar na região do acidente, que estava dificultando o trabalho de resgate da plataforma e também a contenção do vazamento de óleo. Em Macaé, um porta voz da empresa havia dito que as ondas eram de 1,8 metros de altura. Na sede do Rio, um gerente da unidade disse que as ondas chegaram a 2 metros.
Diferenças mínimas de discurso podem ter conseqüências graves para a comunicação, por isso a precisão na comunicação é muito importante.
3 As falsas polêmicas
Um exemplo já citado foi o recolhimento dos boletins da plataforma que estava afundando, mas na verdade estava escondido