Coronelismo, Enxada e Voto - RESENHA
Conseqüências essas que se desencadearam pela absoluta inexistência das relações entre o Estado brasileiro e a sociedade civil. No primeiro momento, vale ressaltar, que durante o século XIX, o Brasil possuía em seu bojo uma população basicamente agrária e uma economia com viés escravocrata, logo, as decisões políticas e o direcionamento do Estado estavam inseridos nesse contexto, além do mais, não existia organização burocrática que desse conta das demandas políticas existentes no interior do país.
Além da desorganização burocrática que revestia o país, há de se considerar que a luta política e o que marca basicamente todo o século XIX estava no sentido de proporcionar a centralização do poder no país. Havia várias revoltas eclodindo em várias regiões e estados. A centralização política vai se assentar sobre a estrutura agrária, o que fornece munição ainda maior para a fecundação dos fenômenos políticos brasileiros.
Nesse sentido, compete salientar que a construção burocrática brasileira começará a sofrer a interferência de uma administração com característica racional weberiana a partir dos anos 30 do século XX no governo de Getúlio Vargas.
No entanto, é sobre essa desorganização burocrática que o fenômeno do coronelismo se desenvolve e cria raízes em território brasileiro. O coronelismo se estabelece através da parceria entre o poder público e os chefes locais dos municípios brasileiros.
Essa relação vai ser capaz de influenciar o sistema político na medida em que a política dos municípios fica nas mãos de uma elite com características agrária, latifundiária e escravista, mais especificamente nas mãos dos coronéis.
Mas, qual era a função dos coronéis e quais as suas atividades? Os coronéis mandavam na política