CONCLUSAO

(Bertolt Brecht) AOS QUE VIEREM DEPOIS DE NÓS

... É verdade, eu vivo num tempo sombrio, uma palavra sem malicia é sinal de tolice, uma testa sem rugas é sinal de indiferença,
...aquele que ri ainda não recebeu a terrível noticia,
Que tempo são esses? Quando falar sobre arvore é quase crime.
Pois significa silenciar sobre tantas injustiças!
...aquele que atravessa a rua tranqüila já esta inacessível sobre os amigos que passa necessidades?
...é verdade: eu ganho o bastante para sobreviver. Mas acreditem:
É por acaso. Nada do que faço da o direito de comer quando tenho fome.
Estou sendo poupado por acaso? (Se a sorte me deixar, estou perdido).
Dizem-me: come e bebe! Fica feliz por teres o que tens! Mas como que posso comer e beber se a comida que como, tiro de quem tem fome, se a água que bebo , faz falta a quem tem sede.
Mas mesmo assim eu como e bebo.
Eu queria ser um sábio.
Nos livros antigos, esta escrito o que é sabedoria. Se mantiver afastado dos conflitos do mundo é passar sem medo o curto tempo que se tem para viver. Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim!...
É verdade, eu vivo num tempo sombrio...

(II)
...Eu vim para a cidade no tempo da desordem quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo da revolta, e me revoltei ao lado deles. Assim se foi o tempo em que me foi dado para viver sobre a terra. Eu comi o meu pão no meio das batalhas, para dormir eu me deitei entre os assassinos. Fiz amor sem muita atenção, e não tive paciência com a natureza. Assim passou o tempo que me foi dado viver sobre a terra... No meu tempo as ruas conduziam ao lado. As palavras me denunciava aos carrascos. Eu podia muito pouco. Mas o poder dos patrões eram mais seguro sem mim. As forças eram limitadas. O objetivo permanecia a uma longa distancia. Era nitidamente visível, mas para mim quase fora do alcance.
(III)
...Vocês que vão emergir das ondas que nós perecemos, pensem, quando falarem de nossas