Complexidade e epistemologia

COMPLEXIDADE E EPISTEMOLOGIA Rosa Maria Godoy Silveira Resumo: Uma reflexão sobre a complexificação da sociedade contemporânea, após a 2a. Guerra Mundial, seus principais problemas e os impactos dos processos histórico-sociais do tempo presente ou recente sobre as teorias sociais, apontando a necessidade de renovação epistemológica para a compreensão do mundo (sociedade e natureza). Em específico, trata-se da proposta do paradigma da complexidade na obra de Edgar Morin como uma possibilidade mais adequada de leitura e interpretação da contemporaneidade. Palavras- chave: Epistemologia – Pensamento complexo – Morin 1. Contextualizando e Problematizando a Complexidade Contemporânea Tem sido usual ouvir que a sociedade contemporânea é mais complexa. Este é o primeiro questionamento que podemos levantar para este debate. Como medirmos menor ou maior complexidade, comparativamente, entre as sociedades, no tempo? Relembrando RICOUER(1994, 1995 e 1997), seria possível esta medida se o nosso diálogo com os passados se faz por analogia, jamais por uma alteridade irredutivelmente surda ou por uma iteração, equalizadora, também surda? Uma vez que o termo complexidade significa “aquilo que é tecido junto”, podemos dizer que todas as sociedades são complexas, a sua maneira e ao seu tempo. Todas têm seus parâmetros ou critérios específicos para acompanharem o seu próprio processo histórico, segundo os valores, idéias, práticas culturais nelas vigentes, singularmente. Portanto, passemos longe do julgamento feito pelo retrovisor do presente ao passado, de que somente nossa sociedade atual seria mais complexa – para muitos, até superior - do que as sociedades passadas. Talvez, o que nos leve a falar da complexidade do mundo contemporâneo, seja o fato de que a globalização/mundialização venha produzindo um tecido junto inusitado na História, fazendo se interrelacionarem povos, sociedades, países, das mais diversas configurações culturais. Em épocas anteriores à modernidade, esses