Ceasa

Em menos de duas horas, o chão da Ceasa fica colorido de tomates amassados, laranjas caídas, folhas de couve-flor espalhadas pelo pátio. O descuido na hora de manusear os alimentos é explícito. Na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa), a produção de vários meses vira lixo em apenas um dia de trabalho.
Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre nesses espaços de vendas no atacado. De acordo com a administração da Ceasa, até 2.600 toneladas são desperdiçadas por mês, equivalente a 10% do trabalho dos produtores rurais. Frutas e legumes acabam inutilizados porque não foram vendidos.
Para reduzir as perdas, a Ceasa criou dois programas: o Desperdício Zero e o Banco de Alimentos da Ceasa. Com o objetivo de evitar que frutas e verduras acabem no lixo. Os funcionários recolhem os alimentos não vendidos e os separam para doação a entidades cadastradas.
Marilzete Oliveira trabalha na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e orienta o produtor quanto ao preço de venda na Ceasa. Segundo ela, os produtos são de primeira qualidade. ?Não é porque caiu no chão, danificou ou sujou que não será vendido. O alimento continua tendo qualidades?.
Mensalmente, são colocadas 26 mil toneladas de verduras, frutas e legumes à venda na Ceasa. ?Pelo menos 2.600 toneladas são desperdiçadas. O programa de reaproveitamento alimenta 30 mil pessoas com essa quantidade. Mais de 100 entidades, entre asilos e creches, já procuraram a Ceasa, interessadas em receber as doações?, afirma Marilzete.
Saber vender frutas e verduras é mais do que oferecer quantidade e qualidade: depende de como serão apresentados os alimentos aos consumidores e de saber armazená-los no ponto de venda. Se todos os comerciantes fizessem isso, as mercadorias teriam melhor qualidade nutricional e física. O produtor e atacadista não tem os cuidados necessários no manuseio dos alimentos. São