Bauman e a Literatura Pós-Moderna

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Na Teia do Pós-modernismo

Reunir toda a literatura pertencente a uma época em um grupo relativamente coeso não é uma tarefa sem suas complicações. Muitas vezes, nesse conjunto de obras literárias, os textos possuem características muito distintas, dificultando a possibilidade de apontar, nessas obras, aquilo que as une. Na maioria dos movimentos estético-literários, porém, esse intento pôde ser realizado, e os críticos literários puderam determinar quais manifestações eram as mais comuns de cada época. Entretanto, quando se trata da literatura pós-moderna, há uma complicação a mais que será discutida nesse texto. A literatura sempre sofre influência de seu contexto espaço-temporal. Essa influência pode ser manifestar em uma literatura escapista ou em uma literatura que retrata o espírito de sua época e lugar. Enquanto a literatura escapista procura se distanciar ao máximo da realidade em que se situa, essa outra literatura, a literatura intimamente ligada à realidade, acaba por reproduzir de maneira relativamente fiel as características dessa realidade. Por esse mesmo motivo, é uma tarefa praticamente impossível traçar uma história unificada da literatura na pós-modernidade. Em seu livro “A Arte da Vida”, Zygmunt Bauman aponta diferenças entre a juventude atual e a juventude de gerações passadas. Usando a metáfora da ‘vida como obra de arte’, Bauman diz que a obra de arte das gerações passadas seria algo calmamente planejado, feito para durar por muitos anos, criado com materiais permanentes, destinada à eternidade. Do outro lado do espectro, a obra de arte das gerações mais recentes seria algo perecível, como pôsteres na parede, que podem ser arrancados e substituídos quando alguma alternativa melhor se apresenta. Essa metáfora, assim como o conceito de “modernidade líquida” serve para explicar uma das principais diferenças que Bauman enxerga entre as gerações passadas e as gerações pós-modernas: a postura favorável das gerações mais recentes em relação

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