Babel - ficção

Em 2050 a Terra sofria de uma explosão populacional. Mais de 15 bilhões de humanos se aglutinavam ao longo do globo, escasseando os recursos naturais e drenando rapidamente a vida do planeta como um todo. A Terra estava em colapso, e algo tinha que ser feito. Medidas desesperadas foram tomadas, das mais diversas, abordando os mais variados mecanismos que trabalhariam em prol de um único objetivo: que a vida continuasse. Porém, tal qual o objetivo uno, todas as alternativas rumaram para um ponto em comum, e culminaram no fracasso. A possibilidade mais improvável era a única que lhes restavam, antes que optassem pelo genocídio: a colonização de outros planetas.
Tecnologia existia. A humanidade avançara tanto quanto possível nos últimos anos, e sem dúvidas seria capaz de enviar os primeiros colonos para diversos planetas ao longo do sistema solar, a começar pelo planeta vermelho, Marte. Porém, seriam eles capazes de sobreviver em um ambiente hostil e desconhecido? A resposta ainda era uma incógnita, todavia, assim como a tecnologia avançara vertiginosamente nas últimas décadas, a ciência também o fez, e todo o conhecimento acerca de engenharia genética se fez necessário na primeira fase do projeto de colonização: clones foram criados, vacinas desenvolvidas, humanos geneticamente modificados...
A base principal dos estudos do Projeto Vermelho, localizada em uma ilha nos confins da Rússia Oriental, trabalhou por longos cinco anos a pleno vapor, até que tudo estivesse arranjado para a partida dos colonos. Esta se daria no primeiro dia do ano de 2056, não fosse um trágico e misterioso incidente ocorrido na véspera, que não só implodiu todo o complexo – matando mais de vinte mil pessoas –, como liberou no ar um agente biológico que os cientistas haviam desenvolvido para tornar a adaptação dos colonizadores mais fácil ao chegarem ao planeta desconhecido. As moléculas do agente deveriam se unir às dos miasmas tóxicos presentes em marte, purificando-as e tornando o ar apto