Autoritarismo Resistiu Ao Fim Da Ditadura

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Autoritarismo resistiu ao fim da ditadura
Filósofo revela como o regime militar deixou vestígios na sociedade brasileira e permitiu a permanência de velhos desmandos políticos por Adriana Marcolini
A ditadura militar no Brasil foi totalmente erradicada ou fincou raízes e ainda lança sua sombra sobre a vida nacional? A violência policial de hoje tem origem naquele período? Estas e outras perguntas são analisadas em #O que resta da ditadura#, coletânea de ensaios organizada pelos pesquisadores e professores Edson Teles e Vladimir Safatle, recém-publicada pela Boitempo Editorial. O livro é fruto de um seminário realizado na Universidade de São Paulo (USP) em 2008. Além das contribuições próprias dos organizadores, reúne os textos dos demais participantes do encontro, como Glenda Mezarobba, Janaína de Almeida Teles e Flávia Piovesan, entre outros. Leia a seguir a entrevista com o doutor em filosofia política Edson Teles.

HV – Muitos afirmam que o Brasil não teve uma ditadura clássica depois do golpe de 1964, mas sim uma “ditadura branda”, em comparação à da Argentina e do Chile. Qual sua opinião?

Edson Teles: As ditaduras tiveram em comum a política de extermínio de opositores e de incremento da presença política e econômica das velhas oligarquias do latifúndio e da indústria, alimentando ainda o surgimento da oligarquia financeira. A diferença é que os militares brasileiros mantiveram uma aparência de legitimidade ao organizar uma repressão cirúrgica por meio de assassinatos e desaparecimentos seletivos. Enquanto a ditadura argentina exterminou 20 mil ou 30 mil pessoas, e a chilena, 5 mil, a brasileira foi responsável pela morte e desaparecimento de 400 ou 500 pessoas. No entanto, a ditadura no Brasil prendeu, torturou e processou muito mais gente que as outras. Esse tipo de repressão sofisticada e cirúrgica permitiu que, após a transição controlada, as violações de direitos humanos e os crimes contra a humanidade permanecessem fora do debate.

HV – A violência da

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