Análise do Filme "Nell" (1994)

O filme “Nell” conta a história de uma mulher, de mesmo nome, que viveu toda sua vida isolada da sociedade, criada apenas por sua mãe, em uma cabana, no meio de uma floresta. Ao ser encontrada vivendo sozinha e a sua maneira, Nell desperta o interesse de dois médicos, Jerry e Paula, que criam propósitos antagônicos em querer ajuda-la. A psicóloga vê na jovem mulher selvagem, uma oportunidade de estudo muito rara e, junto com outros psicólogos, tenta levar Nell para um hospital, onde seria observada. Já Jerry leva em consideração as vontades de Nell e levanta a reflexão: é certo impor a própria cultura sobre determinados indivíduos só porque estes vivem de forma diferente da considerada ‘civilizada’, mesmo esta não sendo sua vontade?
A Tendência Inatista, onde a consciência é considerada a base e não o produto da atividade humana, defendendo que o homem já nasce pronto, pode ser observada no primeiro momento do filme, quando Nell vive de acordo com seus instintos, desenvolvendo um modo de vida próprio. Com o decorrer do filme, o médico passa a interferir no modo de vida de Nell, fazendo com que ela vivenciasse experiências nunca antes possíveis devido às condições em que morava, explicitando então a Tendência Ambientalista, que privilegia a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamento, desprezando a análise de outros aspectos da conduta humana, tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros. A partir da influência de Jerry e Paula, Nell passa a interagir com um mundo desconhecido, e com essas novas experiências, adapta automaticamente seu modo de vida, como pode ser observado quando Nell passa a sair de casa durante o dia, atividade que até a chegada do médico, era considerada por ela como algo perigoso. Dessa influência, observamos a aplicação da Teoria Interacionista, onde a interação com o ambiente faz com que o indivíduo construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-las