Análise da obra de Cláudio Caropreso.
IEB0261 - Gravura brasileira no século XX, do início da décadade 70 até final dos anos 90: conceitos e agrupamentos
Universidade de São Paulo. Dezembro de 2012
Análise da obra de Cláudio Caropreso.
Introdução
“Saia de mim como um grito/ tudo que eu acredito/ tudo que eu não esqueça/ tudo que for certeza/ sai de mim a verdade”. Comecei todo o processo desse trabalho achando que a tal frase que havia sido escolhida para estampar, juntamente à ilustração, a primeira gravura que vi de Caropreso, fosse criada pelo autor, e só depois fui descobrir que a mesma se tratava de um trecho de “Saia de mim”, da banda Titãs. Confesso que me senti um pouco traída, pois percebi que sempre tive a ideia de que todo o processo criativo de uma gravura deveria vir do zero, no máximo de referências de vida do artista. Porém, essa ideia me foi tirada inicialmente pela gravadora Nina Kreis quando a mesma foi ao IEB em uma das aulas do semestre para expor seus trabalhos. Nessa ocasião, ela disse que uma grande maioria dos desenhos utilizados nos trabalhos eram tirados do site de buscas “Google”, e talvez aí tenha começado uma indignação, que pude perceber ser um tabu meu, e precisei lidar com esse sentimento para iniciar este trabalho, mas depois de um pouco de reflexão sobre minha própria arte e de pensar como eu mesma usaria a ferramenta “Google” no desenvolvimento e na pesquisa, pude, de fato partir para a análise crítica das gravuras. Consegui contornar minha indignação inata após assistir a um vídeo na internet em que Caropreso fala sobre sua arte e mostra o processo criativo de uma de suas gravuras, que, no caso do vídeo, foi proveniente da mistura de partes de duas obras de outros artistas juntamente a um pedaço de notícia de jornal. Primeiramente eu pensei que aquilo pudesse ser plágio, mas quando me dei conta da dificuldade que eu estava tendo para bolar a estrutura do trabalho e organizar os pensamentos em minha cabeça, algo aconteceu e que acabou