Antropologia da Religião

Texto Fonte (23) AUGÉ, Marc; COLLEYN, Jean-Paul. A antropologia .[2004] s/data. Lisboa: Edições 70. [4. A antropologia da religião (Pp. 51-56). Antropologia da representação (Pp. 57-60)]
O artigo proposto divide-se em dois tópicos principais: A antropologia da religião e a Antropologia da representação. Porém são assuntos intrinsicamente ligados, visto que , para estudar a religião, deve-se compreender também as representações.
A antropologia da religião insere-se normalmente numa tradição materialista, liberta das interpretações teológicas, mas que, durante muito tempo, se viu influenciada pelas religiões bíblicas.
Em finais da década de 70, registou-se uma viragem na antropologia: passou-se de uma ciência dos factos , das normas, das estruturas, para uma ciências dos processos. A partir de então, as etnias, as culturas e as suas grandes manifestações públicas aparecem menos com entidades fechadas, concluídas, do que como produçõeshistóricas em curso.
Para compreendermos melhor o artigo, foram destacados dois conceitos principais: Rito de passagem e Religião. Boa parte da ''religião'' consiste em práticas mecânicas, ou seja, em determinados contextos, em técnicas, como sejam os gestos protocolares para as cerimónias, os sacrifícios ou as orações. Para Durkheim a religião é entendida como o 'ópio do povo ' , como uma arma ideológica nas mãos das classes dominantes. Atualmente, uma corrente neurofuncionalista aborda a religião de uma forma mais dinâmica, relativamente aos processos de legitimação da autoridade, à expressão de queixas pelos dominados , aos interesses de classe e às estratégias individuais. Ainda que o rito não se confine à esfera religiosa, não há nenhuma religião que nao envolva rituais.
Os ritos de passagem, que ocorrem em fases precisas, ritmam o ciclo de vida dos indivíduos e estruturam a sociedade . A noção retomada por diversos autores, foi várias vezes repensada, designadamente por Victor W. Turner (O Fenómeno Ritual). Ela implica