Ajuda Humanitária

Governo Lula
Governo Lula e as Políticas Públicas
O governo Lula fez da participação social uma política pública. Mais do que tornar as políticas abertas a uma construção coletiva entre governo e sociedade civil através da participação, o governo Lula tornou a própria participação uma finalidade programática que, a partir de 2003, se concretizou de diversas formas. Para além de um meio passível de realizar os fins necessários ao desenvolvimento do Estado brasileiro baseado na promoção da igualdade e da inclusão social, os dois mandatos de Lula revelaram a participação como um fim em si, um objetivo político e social que pode ser perseguido conjuntamente pelo Estado e pela sociedade de modo a aperfeiçoar e aprofundar a democracia no Brasil. Ao consolidar a participação social como um ‘método democrático de gestão', o governo Lula fomentou ao longo de oito anos diversas práticas participativas, mas, sobretudo, propiciou o florescimento de duas novas institucionalidades que tem o potencial de transformar definitivamente o padrão de relação entre Estado e sociedade civil no país, contribuindo para um afastamento do modelo liberal de democracia que em escala mundial marca a política moderna e para um rompimento com as práticas clientelistas que historicamente caracterizaram a política brasileira: as conferências e os conselhos nacionais. Essas duas instâncias de participação e deliberação foram objeto de forte processo de institucionalização ao longo dos últimos oito anos, alcançando tal nível de enraizamento na cultura política brasileira que dificilmente poder-se-ia retroceder neste novo governo sem encontrar-se enorme insatisfação e resistência por parte da sociedade civil organizada.
Como sujeito ativo na definição de uma verdadeira cultura participativa no país, as entidades da sociedade civil passaram por um significativo processo de fortalecimento suscitado pela oportunidade de ocupar espaços dentro do Estado