Agostinho e a Linguagem
Disciplina: História da Filosofia Contemporânea I
Professora: Ramme
Aluno: Julio Amaral
Questão: Como Wittgenstein qualifica a “concepção agostiniana da linguagem”? Que críticas ele faz à essa concepção? Na concepção tradicional agostiniana da linguagem há nas palavras a essência do mundo. Como se isoladamente uma palavra fosse um conceito filosófico, uma representação completa do conhecimento do mundo. Como se para entender uma sentença ou para melhor entender tivéssemos que entender profundamente o significado de cada palavra. E certamente, todo este valor dado à palavra tem raízes religiosas de poder em validar o conhecimento, aquilo que pode ser considerado como certo ou errado tendo como base uma divindade, que no caso cristão é Deus representado em forma escrita pela Bíblia Cristã. Como se as palavras por si mesma tivessem um conceito já carregado e formado. As palavras até mesmo como “essências divinas”, validadas por Deus, e tudo isso claro dá uma grande importância sociocultural a palavra.
Buscando-se nas palavras a essência do próprio mundo (da verdade). Na visão de
Agostinho, a linguagem nada mais é que um grande modelo de nomeação, onde existe uma relação entre o nome de um objeto e a realidade, sem levar em conta a diferença entre os vários tipos de palavras e o uso feito. De influência platonista, defende que é preciso ter um conhecimento prévio de um objeto, que será indicado através de uma palavra, fazendo uma associação da palavra com a representação existente na mente. O significado nada mais seria que o objeto que é nomeado. Como se uma palavra pudesse carregar dentro de si a essencialidade de significação, a palavra como uma essência de
significado.