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O sexo sem lei, o poder sem rei: sexualidade, gênero e identidade no cotidiano travesti

Neste fichamento do texto da psicóloga doutora em saúde pública dauniversidade de São Paulo Luciene Jimenez, que propôs questionar como são construídos e validados os discursos acerca de sexualidade, gênero e identidade sexual, a partir da história de vida de três irmãos homossexuais nascidos no interior do nordeste brasileiro. Ainda jovens, migraram para a cidade de Diadema - São Paulo, onde se tornaram, no decorrer de alguns anos, travestis e profissionais do sexo. A percepção da homossexualidade foi relatada como parte da infância, e sentida como uma força natural. Já, as transformações realizadas sobre o corpo decorrentes da travestilidade, a decisão pela prostituição, a orientação sexual (por homem ou por mulher), e a construção de uma identidade sexual (gay ou travesti), apareceram como instâncias dissociadas entre si e relacionadas à busca da valorização pessoal e social diante do estigma atribuído ao gay afeminado, pobre e migrante. A religiosidade afro-brasileira e a gramática yorubá assumiram relevância para a constituição desta possibilidade identitária. Autora nos reporta para a Rua Professora Vitalina Caiafa Esquível, localizada no centro comercial e histórico da cidade de Diadema/SP, é conhecida como Rua da Câmara, pelo fato de ali se localizar a Câmara dos Vereadores. O formato oval do quarteirão onde se insere esta passagem e as suas inúmeras artérias de conexão com vias, avenidas e estrada (Rodovia dos Imigrantes) permite um intenso fluxo de meios de transporte: carros, motos, táxis, ônibus e caminhões.
Devido à facilidade e rapidez do fluxo viário, esta rua possibilita ao transeunte passar repetidas vezes por ela, caso assim o deseje, podendo também deslocar-se rapidamente para cidades vizinhas relativamente distantes, como a cidade de Santos, além de ser um espaço peculiar que une a deserção noturna típica dos bairros centrais das cidades grandes,

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