Discussões sobre a anorexia na contemporaneidade
Hilde Bruch (1973) é um dos teóricos que se opõe a esta abordagem e é citado pelos autores. Em sua metodologia, e em suas críticas a terapia analítica, seu enfoque é na relação terapeuta-paciente. Há um consenso de que o paciente anoréxico se sente ‘nas mãos’ de todos a seu redor; além disso ele possuem uma auto-imagem distorcida e acredita severamente nela. Para ele, é necessário que o terapeuta assuma uma posição de ‘colaborador’ e de forma ativa o ajude a remontar uma auto-imagem. A análise estaria na contra-mão disso já que parte de um terapeuta menos aparente e da posição superior.
Para Manoel e Ana Cecília, essa metodologia proposta não é inovadora no sentido de auxiliar o sujeito numa reestruturação da auto-imagem. Na perspectiva analítica também se faz necessário passar por certo sofrimento, no sentido de uma elaboração a cerca do sintoma (assim é considerada a anorexia). Para que o sujeito possa compreender essa guerra travada entre ele e a comida é necessário que se construa um ‘dizer’ sobre o ‘fazer’.
Segundo Marcelo Heckier (Heckier & miller, 1995) – citação dos autores anteriores –, ao iniciar uma análise, o paciente anorexico não consegue dizer daquilo que faz, do que sente e do porque de seu sentir; ele apenas faz. ‘Fazer’ seria uma atuação diante do que não pode ser dito. A transferência do sujeito acaba se dando com o objeto a e não com analísta, e por isso ele tem dificuldade de dizer a seu respeito. O