ócio e tempo livre

Tempo Livre e suas perspectivas

Caroline Paulart1

Theodore Adorno, em seu artigo Tempo Livre, utiliza-se de temas variados para definir o que seria este tempo livre. Segundo ele, o hobby2 é utilizado de forma inadequada, já que o tempo que seria destinado para o lazer e descanso, está sendo empregado para fazer algo com aproveitamento para o trabalho. O autor também traz a ideia comparável a definição de tempo livre utilizado pela burguesia, onde este momento está destinado à recuperação de energias e a manutenção do foco no trabalho, trazendo assim um melhor rendimento. Sendo assim, a utilização do tempo livre para realização de alguma atividade especifica torna este sem valor. Por tanto, Adorno defende a ideia de que o tempo livre deve ser utilizado como independência do individuo de seus ofícios, sem preenchê-lo com hobby.
Em Paradigma, vídeo do sociólogo Domenico de Masi, é apresentada a relação entre trabalho e tempo livre dentro do paradigma industrial. Para ele, a sociedade foi vitima de um “corte epocal”3, transição de um período industrial, cercado de trabalhos manuais, para o pós-industrial, em que são privilegiados os trabalhos com ênfases criativas. De Masi, comenta ainda que hoje a sociedade está centrada no tempo livre e desenvolveu valores como intelectualização, racionalidade contraposta a emoção, androgenia, qualidade de vida e a criatividade, sendo a ultima de caráter mais relevante.
A criatividade é peça chave para a difusão de trabalho e tempo livre, onde um trabalhador manual consegue ter maior aproveitamento do seu tempo livre a aquele que possui um trabalho criativo, pois este utiliza do lazer como fonte de serviço. Em conclusão de sua ideia, ele defende que o ócio criativo é, portanto, uma situação em que se torna indissociável o trabalho, o estudo e o lazer; não há mais diferenciação. O trabalho e o tempo livre tornam-se um só elemento.
Em minha concepção, concordo com o pensamento de Domenico de Masi, já que