O tempo e o vento
Índios canibais e portugueses em meio a seus ricos costumes e tradições
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Obra baseada na história de Frei José de Santa Rita Durão, mostra riqueza das lendas indígenas que constituem o retrato do Brasil colonial.
Lendas e mais lendas. Um Brasil recém-descoberto. Indígenas que temem a pólvora. Creio que tais pistas já o tenha situado a que livro aqui quero falar. Sim, O Caramuru. No entanto, não discursarei sobre a obra integral, mas, sim sobre O Caramuru: Épico do Descobrimento da Bahia, a adaptação de Cecília Casas, publicada pela Landy Editora. O livro que por sua qualidade literária recebeu da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) o selo "Leitura Altamente Recomendada", não perde da narrativa original.
Tudo começa em 1510, com o naufrágio de Diogo Álvares. Nas costas da Bahia, ele e seus seis companheiros, alcançam a praia e deparam-se com índios canibais. Como assim? "Em 1510, logo após o descobrimento do Brasil, soçobrou nas costas da Bahia um náufragos portuguesa, comandada por Diogo Álvares Correia, que viera ao Novo Mundo com a missão de povoar ' da nova Lusitânia, o vasto espaço'. [...] Os náufragos não reagiram quando aquela turba, armada de arcos, flechas, pedras, espada de pau-ferro, os despojaram e se apossaram de suas roupas molhadas. Depois receberam da bárbara gente batata, coco e inhame, que assim o fez, não por piedade ou intuito hospitaleiro, mas por gula: para cevá-los".
Contudo, para não virarem comida de canibais, Diogo, foi até a nau encalhada nos arrecifes e trouxe pólvora, balas e espingarda. Resultado: Com um tiro ele passa a ser chamado de Caramuru que significa filho do trovão, dragão do mar e homem de fogo. Após salvar a pele dos "visitantes" da fome dos índios, Diogo, passa a ser temido pelos indígenas, pois para eles o homem havia sido enviado por Tupá. Neste meio tempo, eles firmam-se no local, iniciando