O queijo e os vermes

O livro, O queijo e os vermes (1976), do professor italiano Carlo Ginzburg narra a história de um moleiro do Friuli, chamado Domenico Scandella, mas conhecido como Menocchio. Que foi preso pela Santa Inquisição por suas ideias contrárias aos dogmas da igreja católica.
Menocchio nasceu em 1532, em Montereale, pequena aldeia nas colinas do Friuli. Era casado e tinha sete filhos, outros quatro haviam morrido. Sua atividade era de moleiro, mas exercia outras atividades, por ser alfabetizado pôde trabalhar como administrador da paróquia local, antes disso fora magistrado nas aldeias das redondezas. O moleiro, para a época, tinha uma condição financeira razoável.
Domenico Scandella, assim pouco chamado, havia sido processado pela primeira vez por ter dito palavras heréticas e ímpias sobre Cristo, numa tentativa de difundir suas opiniões particulares sobre religião, bem como uma tentativa de proselitismo. Costumava discutir os assuntos religiosos com a população de sua vila, que subitamente o repreenderam, por não aceitarem suas ideias heréticas e por medo da opressão do Santo Ofício, conforme visto nos depoimentos das testemunhas no tribunal.
O autor faz menção de alguns depoimentos que repreendiam Menocchio por seus pensamentos errados sobre a fé, assim como o testemunho de Domenico Melchiori: “Costuma discutir com todo mundo, mas, quando quis discutir comigo, eu lhe disse: ’Eu sou sapateiro; você, moleiro, e você não é culto. Sobre o que é que vamos discutir?’”. Já havia trinta anos que Menocchio discursava suas ideias.
Os filhos do moendeiro desconfiaram que o delator fosse Dom Odorico Vorai, e estavam certos. Menocchio de tanto discutir suas ideias, irritou Dom Odorico que deve tê-lo denunciado. . Em sete de fevereiro de 1584 Menocchio foi submetido a um primeiro interrogatório. Durante quatro longos interrogatórios (7, 22 de fevereiro e 8 de março) ele se manteve firme diante das objeções do vigário, negou, fez comentários, rebateu. As ideias do moendeiro