O Que Hist Ria
“Ciência dos Homens”, dissemos nós. É ainda muito vago. Temos de acrescentar: “dos homens no tempo”. O historiador não pensa apenas o humano. A atmosfera em que seu pensamento respira naturalmente é a categoria da duração. (Bloch, 1965, p.29)
Interessantes alguns elementos presentes nesta frase. Primeiramente Ciência, indica que o conhecimento histórico lida com algo real, algo existente. Esta constante do conhecimento histórico, a permanente, ou real, é o segundo elemento, o homem. O homem enquanto sociedade, agente e espaço do humano. Mas não somente o homem, o homem no tempo. O tempo é o terceiro elemento. O tempo indicando diacronia, transformação. História não é apenas a ciência do homem, mas a ciência do homem no tempo, a ciência do humano no nível da transformação, o homem no nível do processo, processo histórico.
Em concordância com a posição de Bloch, as diretrizes estaduais da educação básica afirmam:
A História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às ações e às relações humanas praticadas no tempo, bem como a respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações. As relações humanas produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, pensar, sentir, representar, imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente. (DCEB, 2008, p.46)
Gramsci afirma que todos os homens são intelectuais, porque todos os homens estão constantemente interpretando, reelaborando e agindo sobre o mundo. Portanto, todos os homens são, consciente ou inconscientemente, intelectuais.
Não existe atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua